
Cachorro-do-Mato-de-Orelhas-Curtas (Atelocynus microtis): Um Canídeo Silvestre Pouco Conhecido
Série: Animais Silvestres/Educação e Interpretação Ambiental Projetos: Aprendendo com os Animais e Plantas na Mini-Fazenda/ Eco Cidadão do Planeta ICA/UFMG. Artigo Técnico/ Conscientização/ Ponto de Vista nº 7 Autor: Délcio César Cordeiro Rocha ICA/UFMG
ANIMAISARTIGOS TÉCNICOSCURIOSIDADESEDUCAÇÃO AMBIENTALZOOTERAPIAACTIVISMCULTUREVIDA E AMBIENTEEDUCATIONTERAPIAS OCUPACIONAISFEATUREDFAUNAANIMAIS SILVESTRES
Doutor Zoo
1/10/2025



Cachorro-do-Mato-de-Orelhas-Curtas (Atelocynus microtis): Um Canídeo Silvestre Pouco Conhecido
Série: Animais Silvestres/Educação e Interpretação Ambiental
Projetos: Aprendendo com os Animais e Plantas na Mini-Fazenda/ Eco Cidadão do Planeta ICA/UFMG.
Artigo Técnico/ Conscientização/ Ponto de Vista nº 7
Autor: Délcio César Cordeiro Rocha ICA/UFMG
Introdução
O cachorro-do-mato-de-orelhas-curtas, conhecido cientificamente como Atelocynus microtis, é um canídeo silvestre que se destaca não apenas pela sua aparência peculiar, mas também pelo seu comportamento e habitat únicos. Este mamífero é nativo das florestas tropicais e savanas da América do Sul, com uma distribuição que abrange principalmente regiões do Brasil, Colômbia, Peru e parte das Guianas.
Uma das características mais notáveis deste canídeo é suas orelhas curtas e arredondadas, que se diferenciam de outros membros da família canidae. Essa particularidade conferida à sua morfologia não é apenas estética, mas acredita-se que desempenhe um papel importante na adaptação ao seu ambiente, ajudando na audição em terrenos densos e arborizados. O pelo do cachorro-do-mato-de-orelhas-curtas apresenta uma coloração que varia entre o amarelo-dourado e o marrom, oferecendo um camuflagem eficaz em seu habitat natural, protegendo-o de predadores e facilitando a caça.
O comportamento deste animal é igualmente intrigante. Normalmente, é um canídeo solitário ou que forma pequenos grupos familiares, o que é menos comum entre outras espécies de canídeos. Ele é ativo principalmente ao amanhecer e ao entardecer, adaptando sua rotina ao ritmo de vida de outras espécies presentes em seu habitat. Sua dieta é variada, incluindo pequenos mamíferos, aves, e frutas, o que demonstra sua versatilidade como predador. O cachorro-do-mato-de-orelhas-curtas desempenha um papel ecológico significativo, contribuindo para o controle populacional de suas presas e a dispersão de sementes na floresta.
Distribuição Geográfica e Habitat
O cachorro-do-mato-de-orelhas-curtas (Atelocynus microtis) é um canídeo silvestre cuja distribuição geográfica se limita principalmente às florestas tropicais da bacia amazônica. Essa espécie é encontrada em países como Brasil, Colômbia e Peru, onde as condições ambientais favorecem sua sobrevivência. A bacia amazônica, reconhecida por sua rica biodiversidade, proporciona ao animal um habitat essencial que combina elementos de florestas densas e áreas alagadas, onde ele pode caçar e se esconder de predadores.
O habitat preferido do cachorro-do-mato-de-orelhas-curtas abrange principalmente florestas primárias e secundárias, mas também se estende a áreas pantanosas e bordas de florestas. A vegetação densa oferece abrigo e proteção contra a caça e outras ameaças. As florestas tropicais são caracterizadas por um clima úmido e quente, ideal para a manutenção das populações de presas, que incluem roedores, aves e pequenos mamíferos. Essa disponibilidade de alimento é um fator crítico que influencia a densidade populacional da espécie em uma determinada área.
Além disso, a presença de corpos d'água, como rios e lagoas, também é um aspecto importante do habitat do cachorro-do-mato-de-orelhas-curtas, pois contribui para a umidade do ambiente e fornece recursos hídricos. As condições climáticas, como a temperatura e a precipitação, afetam diretamente a estrutura do habitat e, consequentemente, a sobrevivência do canídeo. A degradação do habitat, ocasionada por atividades humanas como a desmatamento e a agricultura, representa uma ameaça significativa à distribuição geográfica dessa espécie. Portanto, a conservação das florestas tropicais é vital não apenas para a proteção do cachorro-do-mato-de-orelhas-curtas, mas também para a biodiversidade como um todo.
Alimentação e Dieta
O Atelocynus microtis, apresenta uma dieta variada que reflete a sua adaptabilidade a diferentes ecossistemas. Este canídeo silvestre é um carnívoro oportunista, o que significa que sua alimentação é influenciada pela disponibilidade de alimentos em seu habitat natural. Os pequenos roedores, como ratos e coelhos, compõem a maior parte de sua dieta, fornecendo nutrientes essenciais e energia. Além disso, esses canídeos também se alimentam de pequenos mamíferos e aves, que são capturados com astúcia e velocidade.
Além da proteína animal, o cachorro-do-mato-de-orelhas-curtas é conhecido por integrar à sua dieta uma variedade de frutos e insetos. Essa diversidade alimentar é crucial, especialmente em períodos de escassez de presas, onde a ingestão de frutas tropicais e bagas pode oferecer vitaminas e minerais necessários à sobrevivência. Os insetos, por sua vez, constituem uma fonte alternativa de proteína, permitindo ao animal se manter bem nutrido, independentemente da abundância de outras fontes alimentares.
A flexibilidade na dieta ajuda o cachorro-do-mato-de-orelhas-curtas a prosperar em diversos ambientes, seja nas florestas tropicais ou em áreas mais abertas. Este comportamento alimentício destaca a habilidade deste canídeo de se adaptar às oscilações sazonais da oferta de alimentos e a mudanças no ecossistema. Além de caçar individualmente, eles podem também se beneficiar de um comportamento social, onde a busca por alimentos é realizada em grupo, aumentando as chances de sucesso na captura de presas. Em suma, a dieta do cachorro-do-mato-de-orelhas-curtas reflete não apenas suas necessidades nutricionais, mas também sua resiliência como espécie diante das adversidades do ambiente natural.
Comportamento e Sociabilidade
O cachorro-do-mato-de-orelhas-curtas (Atelocynus microtis) apresenta um comportamento social intrigante, caracterizado por interações complexas tanto com outros membros da espécie quanto com o seu ambiente. Este canídeo silvestre, que habita florestas tropicais e áreas pantanosas da América do Sul, é conhecido por sua natureza adaptável, permitindo uma variedade de comportamentos que contribuem para sua sobrevivência.
Em termos de sociabilidade, o cachorro-do-mato-de-orelhas-curtas é uma espécie que tende a ser solitária, embora possa ser encontrada em pequenas famílias ou grupos em determinadas circunstâncias. Esse comportamento pode variar conforme a disponibilidade de alimentos e a estrutura do habitat. As interações sociais são geralmente limitadas a momentos de acasalamento e cuidado parental, nos quais tanto o macho quanto a fêmea participam, demonstrando uma colaboração significativa na proteção e na educação dos filhotes.
As habilidades de caça deste canídeo são notáveis. O cachorro-do-mato-de-orelhas-curtas utiliza sua agilidade e o olfato apurado para perseguir presas, que costumam ser pequenos mamíferos, aves e insetos. Esse comportamento de caça é fundamental para a sua sobrevivência e é realizado principalmente ao amanhecer e ao anoitecer, quando a competição por alimento é menor e a disponibilidade de presas é maior.
A defesa do território também é uma característica importante deste canídeo. Machos e fêmeas marcam seus limites territoriais com urina e fezes, além de emitir vocalizações para manter outros indivíduos afastados. A comunicação entre eles é multifacetada, envolvendo uma combinação de sons, posturas corporais e expressões faciais, que ajudam a estabelecer hierarquias sociais e promover interações harmoniosas no grupo.
Ameaças e Conservação
O cachorro-do-mato-de-orelhas-curtas (Atelocynus microtis) é uma espécie de canídeo silvestre que enfrenta diversas ameaças à sua sobrevivência. Uma das principais ameaças que esse animal enfrenta é a perda de habitat, que ocorre devido à expansão da agricultura, desmatamento e urbanização. A conversão de florestas em terras agrícolas não apenas reduz a área disponível para essas espécies, mas também fragmenta os habitats, dificultando o movimento e a reprodução dos indivíduos. A degradação da floresta pode comprometer o ecossistema que sustenta as presas do cachorro-do-mato-de-orelhas-curtas, afetando assim sua alimentação e, consequentemente, sua sobrevivência no ambiente natural.
Além da perda de habitat, a caça e a captura acidental em armadilhas são outras ameaças significativas. A caça é frequentemente impulsionada pelo comércio ilegal de animais de estimação e a crença de que esses animais são pestes. Adicionalmente, a presença de estradas e a movimentação humana aumentam o risco de atropelamentos, o que representa mais uma razão para a diminuição do número de indivíduos vivos. A toxicidade dos venenos utilizados na agricultura também pode impactar indiretamente a população de canídeos.
As iniciativas de conservação são essenciais para garantir a sobrevivência do cachorro-do-mato-de-orelhas-curtas e de seu habitat. Projetos de preservação estão sendo implementados em várias áreas onde a espécie é nativa, incluindo a criação de áreas protegidas e a promoção de práticas agrícolas sustentáveis. A conscientização da comunidade sobre a importância dessa espécie e a necessidade de preservar seu habitat é crucial. Os cidadãos podem contribuir para a conservação, participando de programas de voluntariado, apoiando organizações de conservação locais e adotando práticas de consumo responsável. A preservação dessas áreas não apenas beneficia o cachorro-do-mato-de-orelhas-curtas, mas também a biodiversidade como um todo, promovendo um ambiente saudável e equilibrado.
Importância Ecológica
O cachorro-do-mato-de-orelhas-curtas (Atelocynus microtis) desempenha um papel crucial no ecossistema em que habita, contribuindo significativamente para a biodiversidade e a saúde ambiental. Como carnívoro, este canídeo silvestre ocupa uma posição importante na cadeia alimentar, regulando populações de pequenos mamíferos e outros animais. Sua presença ajuda a manter o equilíbrio ecológico, uma vez que controla a abundância de espécies que poderiam se tornar superabundantes se não houvesse predadores naturais.
Além de sua função como predador, o cachorro-do-mato-de-orelhas-curtas também é vital para o processo de dispersão de sementes. Ao consumir frutas e, em seguida, excretar as sementes em locais diferentes, ele contribui para a regeneração de áreas florestais e a promoção da diversidade de plantas. Esta interação com o ambiente sublinha a relevância deste canídeo silvestre na manutenção da saúde dos ecossistemas tropicais e subtropicais onde se encontra.
A presença do cachorro-do-mato-de-orelhas-curtas em seu habitat é um indicador da qualidade ambiental, uma vez que espécies de destaque como essa requerem ecossistemas saudáveis e variados para sobreviver. Assim, o monitoramento de suas populações pode servir como um sinal do impacto humano sobre a natureza. A proteção deste canídeo e de seu habitat é, portanto, essencial não apenas para ele, mas para a preservação de um equilíbrio ecológico mais amplo, que inclui diversas espécies e recursos naturais indispensáveis.
Considerações e Reflexões
O cachorro-do-mato-de-orelhas-curtas, apesar de sua raridade e status pouco conhecido, desempenha um papel vital nos ecossistemas em que habita. Durante a análise deste Canídeo silvestre, abordamos suas características físicas, comportamento e habitats, o que nos permitiu compreender melhor a dinâmica dessa espécie. Além disso, discutimos a importância da conservação, dadas as ameaças que esses animais enfrentam, como a perda de habitat e a ação humana.
É fundamental reconhecer que o cachorro-do-mato-de-orelhas-curtas não é apenas uma curiosidade zoológica, mas uma parte integrante da biodiversidade. A extinção de espécies, especialmente aquelas que são menos visíveis e estudadas, pode ter consequências que reverberam por todo o ecossistema. Então, é imprescindível promover a conscientização sobre a necessidade de proteger esse e outros canídeos silvestres. Investir em pesquisas e, ao mesmo tempo, em projetos que visem a preservação de seus habitats, é essencial para garantir a sobrevivência dessas populações.
Além disso, campanhas educativas e ações comunitárias podem contribuir significativamente para aumentar a conscientização e engajamento públicos na proteção do cachorro-do-mato-de-orelhas-curtas. A sociedade, em geral, deve ser incentivada a valorizar a biodiversidade e reconhecer a interconexão entre todas as espécies. Somente assim poderemos estabelecer um futuro em que esses animais possam coexistir com os humanos de forma equilibrada e sustentável.
Portanto, o desafio que enfrentamos é não só proteger o cachorro-do-mato-de-orelhas-curtas, mas também inspirar uma mudança de mentalidade que priorize a conservação e a valorização da diversidade biológica ao redor do mundo. Precisamos agir com responsabilidade e comprometimento para assegurar que esses canídeos silvestres continuem a existir para as futuras gerações.
Referências
Beisiegel, B. M., & Morato, R. G. (2012). "Avaliação do estado de conservação dos mamíferos carnívoros brasileiros." Biodiversidade Brasileira, 31(1), 45-54.
Burmeister, H. (1861). "Beiträge zur Naturgeschichte der Vertebraten Südamerikas." Archiv für Naturgeschichte, 27, 406-407.
Cabrera, A. (1957). Order Carnivora conservation. Conservation: CITES – Appendix I.
Courtenay, O., & Maffei, L. (2004). "The Pampas fox (Lycalopex gymnocercus) and other wild carnivores in agricultural landscapes of Santa Cruz, Bolivia." Canid Biology & Conservation, 7(2), 8-15.
Fischer, G. (1814). "Beschreibung einiger neuer Säugethiere von Brasilien." Zoologisches Magazin, 2, 178-179.
Garcez, F. S. (2019). "Filogeografia e história populacional de Lycalopex vetulus (Carnivora, Canidae), incluindo sua hibridação com L. gymnocercus." TEDE PUCRS.
Gonçalves, L. G. et al. (2014) Mamíferos do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Pacartes, 2014. 212 p.; il. Color. ISBN 978-85-62689-93-2
IUCN Red List. (2021). "Lycalopex vetulus". Accessed on 2023-02-01. IUCN Red List
Jiménez, J. E., & Novaro, A. J. (2004). "Biology and conservation of wild canids in Latin America: a review." Mammalian Biology, 69(4), 315-340.
Jiménez, J. E., & Novaro, A. J. (2004). "Biology and conservation of wild canids in Latin America: a review." Mammalian Biology, 69(4), 315-340.
Letícia, S. (2020). "Guia de Identificação dos Canídeos Silvestres Brasileiros." Academia.edu.
Lucherini, M., & Luengos Vidal, E. M. (2008). "Lycalopex gymnocercus (Carnivora: Canidae)." Mammalian Species, 2008(820), 1-9.
Lund, P. W. (1842). K. Dansk. Vid. Selsk. Naturv. Math. Afhandl. vol. 9, p. 67.
Maffei, L., & Taber, A. (2003). "Habitat use, activity patterns and relative abundance of the three sympatric Andean carnivores: the Pampas cat, the Andean fox, and the small grison." Journal of Zoology, 259(2), 223-229.
Maffei, L., & Taber, A. (2003). "Habitat use, activity patterns and relative abundance of the three sympatric Andean carnivores: the Pampas cat, the Andean fox, and the small grison." Journal of Zoology, 259(2), 223-229.
Marques, A. A. B. et al. Lista de Referência da Fauna Ameaçada de Extinção no Rio Grande do Sul. Decreto no 41.672, de 11 junho de 2002. Porto Alegre: FZB/MCT–PUCRS/PANGEA, 2002. 52p. (Publicações Avulsas FZB, 11)
Massoia, J. (1982). "Estudio de la fauna silvestre en la región de Mendoza, Argentina." Revista de la Facultad de Ciencias Agrarias, Universidad Nacional de Cuyo, 14, 123-130.
Oliveira, T. G., & Cassaro, K. (2005). "Guia de Campo dos Mamíferos do Brasil." São Paulo: Instituto Pró-Carnívoros.
Oliveira, T. G., & Cassaro, K. (2005). "Guia de Campo dos Mamíferos do Brasil." São Paulo: Instituto Pró-Carnívoros.
Philippi, R. (1901). "Contribución al conocimiento de los mamíferos de Chile." Anales del Museo Nacional de Chile, 6, 168-169.
Redford, K. H., & Eisenberg, J. F. (1992). "Mammals of the Neotropics: The Central Neotropics." Volume 2. Chicago: University of Chicago Press.
Redford, K. H., & Eisenberg, J. F. (1992). "Mammals of the Neotropics: The Central Neotropics." Volume 2. Chicago: University of Chicago Press.
Rio Grande do Sul. (2014). Decreto Estadual n° 51.797, de 08 de setembro de 2014. Declara as Espécies da Fauna Silvestre Ameaçadas de Extinção do Rio Grande do Sul. Diário Oficial do Estado do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
Santos, M. C., & Oliveira, T. G. (2010). "Guia de Campo dos Mamíferos do Brasil." São Paulo: Instituto Pró-Carnívoros.
Silva Pereira, C. (2009). "Distribuição e conservação dos canídeos brasileiros." Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (CENAP).
Silva, B. R. (2023). "Passagem de Fauna como Forma de Mitigação de Atropelamento de Canídeos em Rodovias e Ferrovias Brasileiras: Uma Revisão Bibliográfica." Universidade Federal de Uberlândia.
Silva, F. (2014). Mamíferos silvestres: Rio Grande do Sul. 3a ed. Porto Alegre: Via Sapiens; Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul.
Silveira, L., & Eizirik, E. (2005). "Ecology and conservation of the Pampas fox (Lycalopex gymnocercus) in the Brazilian Cerrado." Oryx, 39(2), 222-226.
Viera E.M. & Port, D. (2007). Niche overlap and resource partitioning between two sympatric fox species in southern Brazil. Journal of Zoology, 272: 57-63.
Wozencraft, W. C. (2005). "Mammal Species of the World: A Taxonomic and Geographic Reference." Johns Hopkins University Press.
Zuercher, G. L., Gipson, P. S., & Carrillo, O. (2005). "Home range size of two Andean foxes (Lycalopex culpaeus) in southern Chile." Mammalian Biology, 70(5), 261-266.